Em 1999 é feito um referendo em Timor-Leste para averiguar qual era a percentagem da população que estava a favor da independência do país perante a Indonésia. Os resultados mostraram que, apesar das repressões, a esmagadora maioria votou a favor. A Indonésia não achou piada e pôs as suas milícias, protegidas pelo exército, a massacrar o povo Timorense. Ainda nesse ano, soldados australianos, sob o comando da ONU, entraram por Timor-Leste dentro para repor a ordem e encontraram um país totalmente devastado. O líder da resistência timorense, Xanana Gusmão, é libertado e mais tarde eleito presidente do país. Ao mesmo tempo, em portugal, a Escola Superior de Educação de Lisboa realiza um pequeno livro sobre as ocorrências em Timor e conta com a ajuda de vários colégios primários que contribuem com desenhos feitos pelos alunos. O meu externato participou e o meu desenho foi um dos escolhidos. Encontrei no outro dia o livro numa gaveta e vi lá o meu nome. Apesar de já terem passado 11 anos lembro-me perfeitamente do que me estava a passar pela cabeça enquanto fazia o desenho.
A minha ideia era ilustrar pessoas mortas, nuas, em campas, num dia de tempestade para lhe dar um tom mais dramático. Era esta a forma como eu interpretava a realidade vivida em Timor...
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